quarta-feira, 30 de março de 2011

Querida Adele

Ando a descobrir isto. E gosto tanto... Um vozeirão do caraças, uma carta fora do baralho - tal como eu gosto -, uma personalidade forte que se nota só de olhar (se não a tivesse, já a teriam obrigado a perder 10 kg para a imagem vender discos; ela não precisa, tem talento, ao contrário das 'pimbalhonas' - essas sim, só podem mesmo vender a imagem). Gosto e pronto.










Desde sempre

"Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento."

E talvez já não haja tempo para mudar. Ou sequer vontade.

terça-feira, 29 de março de 2011

"Não estou interessada"

O telemóvel tocou. Como o número começava com 808, pensei: "ou é alguém a chamar-me para uma entrevista de emprego ou é uma tanga". Era a segunda hipótese, claro, que a minha sorte é igual ao azar dos outros (eu, se fosse um cãozinho numa loja de animais, seria aquele que nunca ninguém escolhe, ora porque tem o pêlo sujo, ora porque enche a jaula de cocó quando os clientes aparecem para fazer festas).
Obviamente era para me tentarem impingir um serviço - do operador móvel - tendo eu que pagar, para isso, 10 euros e 250 dos meus pontos acumulados, e depois os carregamentos obrigatórios. Pois que não, obrigada. Eu até admiro as técnicas que esta malta usa ("o seu número foi seleccionado para usufruir de uma magnífica promoção" e "você é especial" e "você foi escolhido entre 3 milhões de pessoas" e blá blá blá) mas comigo raramente funcionam. Assim que vejo que me querem enganar, entro em modo repeat e só consigo dizer "não estou interessada". Olha cá a merd@! Para me arranjarem promoções com chamadas à borla ou altos descontos em equipamentos não me ligam eles, agora para me ficarem com os pontos que tanto me custam a juntar... Nah... Não vou nessa.
Mas gostei muito que o senhor me tenha chamado 'sôdona' por cinco vezes (numa chamada de 30 segundos não é fácil, garanto-vos).


"Não perdes nada em entrar"

Por ontem ter visto o Pedro Laginha no filme A Bela & o Paparazzo, lembrei-me que o rapaz também canta e que eu até já vi Mundo Cão ao vivo e gostei bastante (errr... pelo menos do que me recordo). Estou viciada nesta música (coisa que daqui a dois dias já terá passado, que eu farto-me de tudo num instante).



segunda-feira, 28 de março de 2011

Dá o euromilhões dinheiro a quem não tem vontade

Diz-se que o euromilionário de Chaves permanece no anonimato e sem reclamar o prémio. Caro milionário tímido, se me estiver a ler, saiba que estou aqui de coração aberto para usufruir de uma pequena fatia dos 69,1 milhões de euros, está bem? Se o seu problema é a grandiosidade do prémio e o quer partilhar, não procure mais.


A noite de Domingo foi salva em língua portuguesa

Estive a ver A Bela & o Paparazzo, na RTP (há quantos anos não via eu a estação pública durante tanto tempo consecutivo!). Gostei. Este filme prova que se podem fazer coisas giras em Portugal. Com alguma piada e sem o recurso fácil a cenas de sexo para cativar espectadores. E o Nuno Markl faz, basicamente, de Nuno Markl - e o que eu gosto daquele estilo! -, nem sei por que raio se chama Tiago na película.

E a frase que fica deste filme é... "Às vezes, a melhor coisa que um gajo pode fazer é ir a toda a velocidade com os cornos contra a parede."


domingo, 27 de março de 2011

Gugu dadá!

Mestrado. Horário pós-laboral porque, normalmente, os mestrandos têm uma vida profissional activa. Tudo gente adulta, pelo menos segundo o Bilhete de Identidade. Ensino não obrigatório. Propinas escandalosas. (Estão a acompanhar-me? Boa.) Alguém me consegue dar um argumento válido para o facto de eu ter que assinar uma folha de presenças em determinada cadeira? Epá, vejam lá, como eu só tenho quase 30 anos, o melhor é telefonarem aos meus pais sempre que eu faltar a uma aula. Não vá eu andar metida na droga ou assim... Ou andar com más companhias...

Acho que é para a semana que passamos a levar os lápis de cera e os livros para colorir.


Hora de esplanadas e afins

Dentro de 20 minutos entramos na Hora de Verão. O meu coração agradece, pois desde Outubro que, cada vez que entro no carro, quase tenho um ataque de pânico a pensar que estou atrasada uma hora. Só alguns segundos depois é que me lembro que me recusei a acertar o relógio conforme a Hora de Inverno... Só a minha mente saberá a razão para estas atitudes tristes. 

sábado, 26 de março de 2011

Olha que boa ideia!

"Ah és tão engraçada! Farto-me de rir com as coisas que escreves no facebook."

Errr... E isso pode dar dinheiro? Posso ser uma espécie de ciberpalhaça profissional e ser remunerada por escrever parvoíces? Isso é que era qualquer coisa de espectacular.


sexta-feira, 25 de março de 2011

Hã...?

E depois há aquela coisa de jogadores/ex-jogadores/treinadores e afins de futebol terem... Vá lá, uma certa dificuldade em expressar-se. Mas só uma certa dificuldade...

Que pontaria...!

E o que eu gosto que falem de mim mas - azar dos azares - o façam com alguém que até me é próximo e me venha contar?   

quarta-feira, 23 de março de 2011

Que se segue agora?

É a história a fazer-se.
Como já se previa, o PEC IV foi chumbado e o PM apresentou a demissão. No mesmo instante choveram posts no facebook em modo de festejo. Eu entendo, até. Também eu critiquei (e continuo a criticar) muitas das  medidas tomadas por este - agora demissionário - governo. Diferença? Eu não festejo.
Se a queda do governo implicasse a melhoria das condições de vida e de trabalho e apagasse tudo aquilo que foi mal feito, eu também festejaria, com direito a uma bebedeira daquelas e tudo. Mas não é o caso. Hoje e amanhã a malta vai continuar a achar que isto foi o melhor que nos podia ter acontecido, mas dentro de algum tempo vamos ter as consequências, isso é tão certo como eu estar a escrever isto sentada no meu sofá.
A verdade é que, seja que governo for, os culpados das crises vão alterando mas os pagadores são sempre os mesmos... Nós. E esta queda, não podemos olvidar, é mais um duro golpe na situação nacional, pois o Sócrates vai mas não leva com ele os problemas. E, aliás, ele vai mas volta, que já deixou claro que vai recandidatar-se (e sim, eu acho possível que o povo o coloque lá novamente). E mesmo que já não lhe seja dada nova oportunidade de sentar lá o rabo, o seu sucessor não fará melhor. A história sempre nos provou isso. Até lá chegarem, só o povo interessa; quando lá estão, só conseguem ver o poder. Está para nascer um que me faça pensar de forma diferente.
Eu ainda não consigo dizer se foi bom, assim como não consigo decidir se havia caminho melhor. Aguardemos por novos desenvolvimentos, então. 

De certeza que sabemos o significado da palavrinha?

Senhores de determinada publicação, mesmo que vigore já na vossa redacção o novo acordo ortográfico, o significado de "inesperado" mantém-se. Portanto, dizer que aos 90 anos a morte é inesperada parece-me que é esticar um bocado a corda. Inesperado é morrer aos 20 com uma crise de cataratas. Aos 90, o coração parar, é só natural. Pode ser triste, aborrecido, lamentável and so on. Inesperado não.

E como não quero cá mal-entendidos, só clarificar que achava o senhor um amor de pessoa e, acima de tudo, um profissional de mão-cheia. Foi e será sempre uma referência em todas as áreas às quais dedicou a vida (fazia muito e fazia bem, feito que está reservado apenas a pessoas excepcionais). É uma pena que tenha partido e acho muitíssimo bem que venha a dar nome a uma rua - como já se pede no facebook -, que isso é o mínimo que um país pode fazer para homenagear um grande senhor. E é isto.    

segunda-feira, 21 de março de 2011

Há dias assim

Ter saudades de ser feliz não é bom sinal, pois não?
Bem me parecia...

sábado, 19 de março de 2011

Volta, Modelo, estás perdoado.

Gostava muito mais do Modelo antes de ser Continente. A questão dos descontos é linda, o "continente somos todos nós" também tem a sua graça. Agora... Porque é que extinguiram as caixas 'até 15 unidades'?? Acham mesmo que uma caixa 'para cestos' é a solução? Eu digo-vos... Não é. É mal pensado, claramente, até porque basta a pessoa colocar as compras num cesto (mesmo que tenha 100 unidades) e pode meter-se nessa caixa. Resultado... A coisa fica mais lenta que um caracol e a caixa que devia ser rápida só atrasa quem, de facto, tem poucas compras. Não gosto, pronto.
Senhores do Continente, que fique claro que perderam uma fã (só não perdem uma cliente porque só no vosso hipermercado é que encontro os meus bifes de atum preferidos).

quarta-feira, 16 de março de 2011

Quando me dá para aqui é um problema

Visto que cada vez mais pessoas têm vindo a deixar clara a sua opinião em relação à chamada "Geração à Rasca", onde eu acabo por me inserir também, é chegado o momento de responder a todos os que andam para aí a acusar-me (e a outros tantos) de não ter trabalho por vontade própria.

Primeiro ponto: não entendo qual é a necessidade de ofender ou promover choques de gerações tendo por base uma crise que, com mais ou menos intensidade, acaba por tocar a todos. E esse argumento do "ah e tal porque as gerações dos nossos pais e dos nossos avós é que andaram à rasca muito tempo" não me convence. É óbvio que em todas as gerações há dificuldades (e para perceber isso não é preciso ser um grande estudioso). As gerações anteriores também travaram as suas lutas e merecem todo o mérito por isso. Mas então porque é que nós não podemos reclamar daquilo que, aos nossos olhos, está menos bem nos dias de hoje? Os nossos ascendentes não lutaram pela liberdade de expressão e pela democracia? Óptimo - obrigada a todos, é graças a vocês que eu hoje posso escrever este texto - mas agora deixem-nos lutar por algo a que também temos direito... Um trabalho e, já agora, que seja condignamente pago.
E para quem diz que os mais velhos não se queixavam, aqui vai uma novidade: claro que se queixavam, a insatisfação é inata ao ser humano, vamos sempre querer mais ou melhor do que temos. A diferença é que, no tempo dos nossos pais e avós, não havia possibilidade – ou sequer ferramentas - para mostrar publicamente o descontentamento. Estamos esclarecidos?

Segundo ponto: nas palavras dos críticos ferozes, que apontam o dedo àqueles que se queixam, é notório que falam do alto de um emprego - bom ou mau, pelo menos têm trabalho - e o desprezo com que olham para os jovens desempregados denota que, das duas uma… Ou nunca tiveram que lutar por nada ou são mesmo só más pessoas.

Mas também gosto muito que digam que nós apenas nos disfarçamos de vítimas, pois, na verdade, gostamos de estar dependentes dos pais para gastar a mesada em festivais e roupas de marca. Ora, deixa cá ver… Há anos que não vou a um concerto; desde que fiquei novamente desempregada – há cinco meses – que não compro uma peça de roupa – ah! esse grande luxo que é comprar uma peça de roupa! -; o meu carro só anda porque os meus pais subsidiam as idas ao outro lado da fronteira para abastecer, assim como generosamente carregam o meu telemóvel e pagam as propinas do mestrado. Realmente, quem é que não gosta de viver assim, dependente? Ai ai... Vá lá perceber-se esta juventude…

E também não gostamos de trabalhar, não é? Pois, haverá gente que se sente bem assim, não duvido. Eu não admito é que me falem numa generalidade que não existe e, acima de tudo, na qual eu não me insiro. Eu já trabalhei de borla, só pelo gosto no que fazia e por acreditar que nada é em vão; já tive trabalhos precários e fui deixando andar porque afinal “mais vale ter um mau do que não ter nada”; assim como fiz estágios curriculares sem me queixar e tal como, desde há três meses, me levanto da cama às 05h00, se necessário for, para acompanhar profissionais da minha área em serviço sem receber qualquer remuneração. Só para poder aprender um pouco mais e não me sentir tão inútil. Se isto é não querer trabalhar, eu não sei que dizer mais…

Dizem ainda os críticos dos mais novos que nós saímos todos os fins-de-semana e gastamos um balúrdio em bebedeiras, não é? Epá, eu gostava muito que isso fosse a minha vida, de facto. Se essas pessoas quiserem financiar as minhas saídas à noite, é com todo o gosto que passo a fazer isso. Podemos falar sobre isso um dia destes, está bem? E nem é preciso pagarem-me bebidas brancas, que eu cá contento-me com umas cervejinhas – olha lá, simpática que sou.

Terceiro e último ponto: as vossas críticas, que com muito apreço tenho lido, têm também um carácter cómico e, só por isso, já merecem uma salva de palmas, que eu sou uma pessoa que gosta muito de rir. Passo a explicar… Acho extraordinário que alguém me critique, dizendo que esta é uma geração de ignorantes, e o faça através de textos incoerentes e repletos de erros. Eu, graças aos meus paizinhos – que assim me fizeram – e a esta minha mania de usar o cérebro (raio de feitio!), pelo menos não assassino diariamente a língua materna. É que isto de escrever em espaços públicos não é bem o que parece. Convém, efectivamente, saber escrever. Não saber distinguir “há” de “à” ou escrever “pais” em vez de “país” é desculpável quando temos 5 anos. Se querem fazer boa figura com as vossas críticas, pelo menos façam-no em português correcto. Ignorantes, nós…? Está bem, abelha.

Por fim, gostava só que me tirassem umas dúvidas… É crime querer trabalhar na área para a qual estudámos? É crime querer permanecer e criar carreira onde nascemos, não acreditando - ainda - que a única solução será abandonar as raízes? É crime dizer publicamente que não estamos bem assim? Então se é, podem colocar-me as algemas, se fazem favor. Culpada me declaro.

segunda-feira, 14 de março de 2011

E tanto que se pode dizer em sete linhas.

Eu ia falar da (não) declaração do PM ao país, ou mesmo da redução do IVA aplicado ao golf - esse bem de primeira necessidade e desporto de massas que tanto faz mexer o nosso portugalito -, mas não consigo. Cada vez que tento, dá-me um nó no cérebro, os dedos não obedecem e não digitam o texto.

Assim sendo... Pronto... Só dizer que há senhoras que não têm noção nenhuma e que acham que, aos 40, vestir roupas de 20 é giro. Não é. É só ridículo, está bem?
Então, adeus.

domingo, 13 de março de 2011

É isto tudo. Sem tirar nem pôr.

"Há amigos que tenho na 'vida real' ou pessoas com quem até falo frequentemente cujos pedidos de amizade no facebook eu não aceito. Tenho direito a decidir quem quero no facebook e não sinto necessidade de aceitar só para parecer bem."

E que bem que me soube perceber que há mais quem partilhe, e compreenda, os meus argumentos.

sábado, 12 de março de 2011

Da manifestação...

E superando em larga escala todas as expectativas, até mesmo dos próprios jovens, os números avançados pela generalidade da comunicação social sugerem perto de 300 mil pessoas. 300 mil pessoas descontentes com o desemprego e a precariedade laboral que assolam o país, que fizeram questão de o mostrar como há muito não se fazia neste canto à beira-mar plantado. Faço uma sincera vénia a todos aqueles que esta tarde elevaram cartazes e clamaram palavras de ordem em defesa de uma geração que também é a minha. 
Achei extraordinariamente interessante ver que foram várias as gerações que saíram à rua, e não só aquela que promoveu a manifestação nas redes sociais. Gostei especialmente de saber que novos e velhos se fizeram ver e ouvir cívica e educadamente, dando uma bofetada de luva branca a todos quantos esperavam tumultos e detenções.
Eu não estive lá. Podia enumerar umas quantas razões para não o ter feito mas a verdade é só uma… Falta de fé. Por mais que eu também esteja desmotivada, que o estou  – só quem passa pelo desemprego sabe como dói acordar todos os dias sem ter nada para fazer, o permanente sentimento de inutilidade é dilacerante -, sei que a manifestação de hoje nada irá mudar. O governo olha para o lado e assobia, como vem sendo hábito, e todos os que hoje gritaram por um futuro melhor amanhã vão continuar desempregados, com trabalhos precários ou a fazer estágios profissionais que mais não são que um balão de oxigénio com curto prazo de validade.
E o que eu gostava de estar enganada. O que eu gostava que, daqui a 20 ou 30 anos, os mais novos estudassem nas aulas de história o 12 de Março de 2011 como a data histórica em que um protesto nacional serviu de motor à mudança. O que eu gostava…

Cinto? Mas qual cinto?

Portanto, mais umas medidas de consolidação orçamental - vulgo austeridade - para animar a malta, não é? Pois que sim, que era mesmo aquilo que nós queríamos ouvir. Há lá coisa melhor?? Claro que não.
Acho o timing quase perfeito. Dois dias depois de o PR, na sua tomada de posse, ter gritado aos sete ventos que o governo não pode pedir mais sacrifícios aos portugueses e um dia antes da manifestação da já conhecida Geração à Rasca. Acho que, no mínimo, é estar a pedi-las...
Portanto, há medidas previstas na saúde, nas transferências do Estado para outros subsectores e nas contribuições sociais, entre outras áreas. A mais comentada hoje, sendo também aquela que mais me salta à vista, é o congelamento das pensões na função pública e a contribuição especial que será aplicada a pensões acima dos 1500 euros. Acho particular graça à expressão "contribuição especial".  O "especial" dá ali um toque de requinte, sei lá. À primeira vista, leva a pensar que as pessoas abrangidas são especiais, não é? Pois, mas não... Não é por aí. (E pergunto eu... Mas essas pessoas não contribuíram já com descontos durante toda a vida activa? Contribuição especial porquê?)  
Eu gostava era de ver a malta do governo a ter os tom@tes no sítio uma vez que fosse  e a abdicar dos ordenados indecorosos em prol da consolidação orçamental. Falar da fome dos outros, quando se tem a barriga cheia, não apresenta grandes dificuldades, de facto... É o habitual. (Desculpem a linguagem mas há assuntos que me ligam automaticamente a via do calão, é mais forte do que eu. Isso e não conseguir escrever governo com 'g' maiúsculo. É que a inicial maiúscula, além de servir para evidenciar nomes próprios, confere aquele ar repeitoso à palavra... O meu cérebro não consegue processar essa merd@ - oops! mais uma asneira.)

E o que mais virá por aí? Começo a ter medo, muito medo. É que eu tenho ali um miolo de camarão congelado - comprado em promoção no Natal passado - e qualquer dia o governo decreta que o camarão é um bem de luxo e que quem possui camarão em casa passa a pagar uma taxa especial para ajudar no combate ao défice e é uma chatice. Depois as minhas quiches de camarão, como é? Ou a minha massada de peixe - coisa boa -, que só faz sentido se tiver lá esse tipo de crustáceo? Ah pois...
E tenho cá para mim que os Censos são uma excelente ferramenta para nos descobrirem "as carecas" e virem depois cobrar por isso. Sim sim, que no meio das 3500 questões dos questionários está escondido o objectivo de perceber, por exemplo, quem toma banho todos os dias. "Com que então você gasta água para tomar banho mais que três vezes por semana? Muito bem, está multado. E ainda por cima toma banho de água quente?! Olha, este tem a mania que é lorde... Portanto, o seu ordenado vai sofrer um corte de 70%, que é para não se armar em esperto." 
O objectivo de a malta deixar de andar de carro está já a ser conseguido aos poucos. Aos preços a que estão os combustíveis, vamos começar a vender os carros e fazemos a economia mexer desenfreadamente, tal e qual um cão com pulgas.
Os órgãos de comunicação também serão prejudicados com mais este rol de medidas fofinhas. Senão, vejamos a SIC com o The Biggest Loser - versão tuga. Os concorrentes não vão ter dinheiro para comer e quando começar o programa já não serão obesos. Depois a tia Júlia como é que se desenrasca? Um problema, é o que é.

E vou ficar-me por aqui. É que este é daqueles temas que me faz inchar as veias do pescoço e me provoca pontadas nos rins. O melhor é ir dormir, até porque amanhã tenho que dar o meu contributo ao Estado, indo às minhas maravilhosas aulas de mestrado (esse passo tão importante para ser uma desempregada altamente instruída).

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tal e qual.

"Há muitas pessoas com mais talento do que eu, que não estão a fazer o que eu faço. Porquê? Por falta de sorte, talvez". Foi desta forma que o Nicolau Breyner terminou a entrevista que passou há pouco na RTP2. E tanto que eu concordo com ele. Tem que haver dom, tem que se nascer para a coisa, mas se não houver sorte (pouca que seja) o caminho já está parcialmente vedado. Justo ou não, é assim que funciona.

Das amizades e coisas...

Sou assim desde que me lembro. Não me é fácil gostar de alguém, não me é simples chamar amigo a alguém. Até prova em contrário, as pessoas são falsas, não gostam de mim e se se aproximam é porque estão a preparar alguma. (Exagerado? Talvez seja, nem toda a gente tem má índole, eu sei... Mas adiante.)
Contam-se pelos dedos de uma mão os amigos que tenho, aqueles que sei que estão lá aconteça o que acontecer. Mas esses ficam logo com um pedaço de mim. Costumo dizer que não gosto de muitas pessoas, mas de quem gosto, gosto mesmo muito. Eu não sei ser de outra maneira, só me faz sentido se for assim. Não se pode gostar hoje muito de um amigo e amanhã gostar menos. Tal como em quase tudo na vida, para mim o meio termo não existe nisto das amizades. Ou se gosta ou não se gosta. Ou se é amigo ou não se é, não existem "mais ou menos amigos". Obviamente que já deixei de me dar com algumas pessoas, mas isso não era amizade, era qualquer outra coisa cujo nome não me ocorre agora.

Assim como a distância não pode ser a razão para o final de uma ligação. Leva ao afastamento físico, claro que sim, mas não acaba com sentimentos. E se eu sei do que falo... Duas das minhas pessoas preferidas vivem a mais de 200 kms de mim (chuif chuif..). Estou com elas, em média, duas vezes por ano mas, curiosamente, são essas duas pessoas que levam os meus maiores abraços, aqueles que de tão sinceros que são até irritam. São aquelas pessoas com quem não falo durante meses e a quem me esqueço de responder às mensagens mas que com uma linha de conversa no facebook percebem automaticamente se estou bem ou nem tanto assim. Apesar de os abraços e as conversas rarearem, aquelas pessoas continuam a ser parte de mim e não imagino que algum dia possa ser de outra forma. Porque gostei delas desde o dia em que as conheci e se assim foi, não pode ter sido em vão. 

Bem e tudo isto para chegar aqui... Quando se trata de amigos, mesmo que me desiludam, eu não consigo deixar de gostar. Desculpo tudo e  caio várias vezes nos mesmos erros. Mesmo que no momento diga uns quantos palavrões, na mensagem ou no telefonema seguinte a coisa já passou. Continuo a acreditar que a vida trata das coisas por si só e que, se não me tira aos poucos essas pessoas, é porque está escrito que elas têm que fazer parte da minha história. Mas só com esses - os amigos -, com conhecidos a conversa é outra e à primeira escorregadela está tudo perdido.


(E pronto, foi o post lamechas do ano. De vez em quando tem que ser, que afinal de contas eu sou gaja e nisto de ser gaja há uma alínea que obriga a uma taxa anual de lamechice, como toda a gente sabe.)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acabou?

Já podemos deixar de ouvir músicas brasileiras pirosas, já? E deixarmos de fingir que somos um povo feliz da vida com o samba no pé, também pode ser?
Pronto, então vamos lá guardar as saias de folhos, as perucas verde alface e os fatos de urso no armário, que para o ano têm mais três dias para essa grande rambóia que é o entrudo.

terça-feira, 8 de março de 2011

Alguém me explica, por favor?

Eu ando aqui a conter-me há dois dias para não falar do festival e dos Homens da Luta mas não dá, tenho mesmo que escrevinhar sobre isso.
Eu acho que preciso de ajuda para perceber algumas coisas nesta vida. Este caso é um exemplo desses. Então vamos cá ver... Os combustíveis estão em níveis nunca antes vistos, o desemprego neste país está com números assustadores, temos um comandante operacional do Comando Nacional de Operações e Socorro da Protecção Civil suspenso de funções por suspeitas de ter arrecadado (de forma ilícita, claro) milhares de euros, temos todas as semanas barracas com a Segurança Social ou com os tribunais, temos eleições presidenciais nas quais - oops! - um problema informático impede eleitores de votar... Mas o que preocupa meio Portugal é o facto de os Homens da Luta irem representar o país na Eurovisão???
Pelo amor da santa, não me lixem, que eu qualquer dia tenho um problema sério de saúde à conta de tanta parvoíce. Eu quero lá saber quem é que vai cantar na Alemanha ou se o país vai passar má imagem lá fora (agora a sério, mas alguém ainda acredita que a nossa imagem é boa no estrangeiro?). O que eu sei é que há anos que ninguém quer saber do festival para nada - e, aliás, a Eurovisão hoje em dia não tem a importância que teve outrora - e, de repente, deu para toda a gente se lembrar que aquilo ainda existe.
Porra, Portugal participa no festival desde 1964 (só tendo falhado três edições desde então) e, como é do senso comum, os resultados nunca foram brilhantes. Tivemos uns bonitos 0 pontos por duas vezes e nem sequer passámos da semi-final por quatro anos consecutivos. Nomes sonantes (e que - atenção - eu respeito) como Simone de Oliveira e Paulo de Carvalho conseguiram apenas 1 e 3 pontos, respectivamente. Aquilo, em bem da verdade, não confere mais nem menos importância aos países que participam, e muito menos a quem lá pisa o palco.

Isto para dizer que, de facto, não consigo perceber todo o alarido que está a ser feito à volta deste assunto, quando existem coisas realmente graves e importantes a acontecer por terras lusas. Que mania que os portugueses têm de se preocupar apenas com as coisas menores. Irrita-me um bocado, isso.