quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Private post #1

Saber-te feliz, ainda que seja através de fotos, é para mim uma espécie de molho agridoce. Fico feliz por saber que estás bem, mas não consigo deixar de ficar um bocadito triste por saber que estás tão bem sem mim.


Lá canta a Adele, e com razão, "who would have known how bittersweet this would taste?". Pois é.

sábado, 19 de novembro de 2011

Prós e contras de uma nova realidade

Prós e contras desta interessante aventura (passageira, espero) no mundo da hotelaria...

Contras:
1 - Aturar gente rude. Custa-me horrores.
2 - Cortar 10 pães por dia e ficar com um calo na mão provocado pela faca.
3 - Estar 8/10 horas de pé por dia. Todos os dias.
4 - Engolir sapos do tamanho de cangurus, para não responder à letra a determinada gentinha.
5 - Lavar a máquina do leite todo o santo dia.
6 - Trabalhar muito e receber pouco.
7 - Carregar todos os dias pilhas de loiça e ter dores nos rins.
8 - Eu ter no peito uma placa com o meu nome e algumas pessoas teimarem em chamar-me 'psssst ó menina' (só eu sei a raiva que isso me dá, pá...!).
9 - Ter diariamente a mente ocupada com o pensamento "não era isto que eu queria para mim".
10 - A obrigatoriedade de ser simpática para gente que me trata mal por achar que todas as pessoas que trabalham em hotelaria são analfabetas, incultas e pouco inteligentes.
11 - Não poder ver os noticiários.
12 - A minha queda natural para os acidentes... Inevitável.
13 - A quantidade de comida desperdiçada. Faz-me espécie. Muita.


Prós:
1 - A maioria dos colegas - uns porreiros. Se fosse noutro lugar, com outras pessoas, acredito que não teria aguentado um mês.
2 - (Abençoadas) gorjetas.




(Desequilibrado, eu sei, mas é o que temos.)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ainda acerca da sorte...

Li ontem um texto num jornal aqui da minha região que... Bem, nem sei como classificar aquilo. Uma confusão do início ao fim, uma espécie de salada russa de palavras na qual não se consegue identificar o que é a batata ou o ovo cozido. O autor parece não conhecer quaisquer regras de pontuação e - o melhor - eu tenho cá para mim que nem ele sabe ao certo o que quis dizer.
E em que é que isto se relaciona com sorte? Em tudo. Aquela pessoa só pode ser jornalista por culpa da sorte. Isto é muito simples: um jornalista tem que saber escrever, ponto final. Tal como um pianista tem que saber tocar piano, um professor tem que saber ensinar ou um actor tem que saber representar. Simples.
Como é que aquela pessoa trabalha num órgão de comunicação social? Pois, não sei, provavelmente esteve no sítio certo à hora certa e o destino resolveu prendá-la. Há muito que desisti de tentar entender estas coisas, ainda assim, casos destes não podem deixar de me revoltar. Não desejo mal à pessoa, nada disso, mas não sabe escrever um texto e, sejamos realistas, está apenas a ocupar o lugar de alguém que podia fazer melhor. 
Sou arrogante? Não acho. Se eu faria melhor? Sim, sem margem para dúvidas. Eu, pelo menos, sei escrevinhar umas coisas em português... Correcto. E gosto de usar, no emaranhado de parágrafos, aquelas coisas estranhas... Ai, como é que se chamam...? Vírgulas e pontos finais, acho que é isso. No entanto - ah, a puta da sorte que só assiste a alguns! - aquela pessoa 'brinca aos jornalistas' e eu actualmente, guardando na gaveta a licenciatura e a pós-graduação, tiro cafés e sirvo à mesa para não fazer parte dos 600 mil desempregados que já se somam neste país. Sim, já sei que é um trabalho honesto como tantos outros e blá blá blá, claro que é (e tanto valor que eu agora dou a quem faz disto vida!). Mas não, não foi para isso que estudei durante anos a fio e não me imagino a passar o resto dos meus dias a aturar gente rude e mal-educada que trata os empregados de mesa e bar como meros servos.
E sim, tudo isto é mesmo uma questão de sorte. Para uns. Os outros têm que viver com a falta dela.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uma questão de sorte

Descobri este talento numa das minhas viagens pelo youtube. Ao que parece, a Susana vive no Porto e é pelas ruas da Invicta que espalha magia, fazendo covers absolutamente espectaculares. A voz dela é qualquer coisa e, é inegável, a rapariga canta com um sentimento mais que verdadeiro.
Isto para chegar aqui... Ela tem talento, um vozeirão, uma presença fortíssima. Mas canta na rua. E depois olhamos para a televisão e para as revistas e vemos miúdos que não dão uma para a caixa e, é flagrante, só lá estão por terem um palminho de cara ou uma cunha do tamanho da lua. Cada vez mais me convenço que, a par do talento, temos que ter sorte, muita sorte. Mas temos mesmo. É o 'estar no sítio certo à hora certa', coisa que a muitos acaba por nunca acontecer. E é pena. Neste caso, pena pelo facto de esta voz não ser devidamente aproveitada. Pode ser que um dia a Susana esteja na rua certa à hora certa =) 







sábado, 5 de novembro de 2011

Ironia...?

Não deixa de ser curioso analisar as estatísticas e perceber que o anúncio deste interregno de alguns meses foi o post mais lido de sempre aqui no burgo, num ano e meio de (in)confidências. É inato ao ser humano, gostamos é de lágrimas e desgraças (desde que não sejam as nossas, claro).  

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tal e qual

"O dia em que as coisas acabam tem 24 horas como os outros mas é uma espécie de maratona interminável. É o dia do nosso fracasso, um fracasso pior do que ter negativa na escola ou perder uma corrida ou queimar o jantar com convidados à mesa, porque é um fracasso que vem de dentro, que vemos só como nosso, mesmo quando não é e é pouco justo impor esse peso. É o dia em que queremos que falem connosco e nos façam esquecer este aperto no peito, ou então que fiquem calados, porque dói se disserem coisas tristes, e dói se disserem coisas felizes. É o dia em que sentimos que estamos a andar para trás mesmo quando as pernas andam para a frente, e como não somos caranguejos não conseguimos evitar ficar ainda mais, um bocadinho mais tristes."

Lido e retirado daqui, um blogue que descobri há pouco tempo e que tenho gostado de explorar. Porque esbarrei nestas palavras e me dei conta que pareceram escritas (por e) para mim. Porque o dia em que "as nossas coisas" acabaram teve lugar há uns quantos meses e eu continuo a sentir-me assim. Todos os dias.