domingo, 25 de dezembro de 2011

Adeus, 2011.

Agora que o ano chega ao fim, é, inevitavelmente, momento de olhar por cima do ombro e tentar perceber o que foi isto. E a coisa é bastante simples: foi uma verdadeira merda. Mesmo. Do piorzinho que já vi. Salva-se um único momento no início do ano, especial e gravado para a vida. Fora isso, era pegar nestes últimos meses, fazer uma bela bola de papel amarrotado e atirá-la para bem longe, onde já não fizesse doer.
Foi, sem dúvida, um ano de lições. Aprendi, espero que de uma vez por todas, que de facto não perdemos amigos. Há pessoas que saem da nossa vida, tal como nós deixamos o caminho de outras tantas, e se isso acontece é porque simplesmente não é amizade. Não é bonito de se dizer mas não há como tornar isto fofinho. Os amigos tentam não falhar e, caso falhem, pedem desculpa depois. Ponto final.

A outra grande aprendizagem do ano já é bem conhecida por aqui. Eu já desconfiava, pois sim, mas a vida achou por bem mostrar-me com força que não podemos tomar nada por adquirido. Nada. Nem objectos, nem o dinheiro ao final do mês, e muito menos pessoas. Foi o momento de perceber que quase nunca a vida acontece como a planeamos e que os sonhos (ou projectos, chamem-lhe o que quiserem) são apenas isso... Sonhos. Que não acontecem. O meu coração foi despedaçado, não sem a minha parte de culpa, e não voltará a ser o mesmo. Já não o é. Há pedacinhos que se perderam para a eternidade e está bom de se ver que o conserto vai ser um tanto ou quanto moroso. Se houver conserto.

Mas 2011 não se ficou por aqui. Foi também tempo de abrir os olhos e entender que o sonho de menina começa a ficar esquecido, como que enterrado nesta areia movediça que tem sido o meu caminho. Ficam para trás os esforços, os estudos, o trabalho e dedicação de alguns anos em que, sinceramente, acreditei que merecia fazer o que gosto. Provavelmente não mereço. Mas não baixei a guarda. Até isso ganhei... Força para fazer coisas que, há uns anos, seriam impensáveis. Servir às mesas não me faz feliz mas também já não procuro isso...

Ainda assim, no meio de tanta coisa negativa, há sempre algo bom. Conheci pessoas maravilhosas que me deram a mão quando os que o deviam ter feito me falharam. Ninguém ocupa o lugar de ninguém mas há, sem dúvida, quem faça a diferença. Estou numa fase nova, com novas pessoas, algumas que nunca imaginei que pudessem entrar no meu mundo. Continuo a perguntar-me que mal fiz eu para não ter o meu lugar ao sol mas, enquanto a resposta não chega e mesmo que as lágrimas teimem em cair, espero por algo que me faça acreditar que valeu a pena.

[A parte privada] São seis meses em modo 'sem ti', talvez os mais demorados que já vivi. Ainda há muito de ti em mim, vai haver sempre. Não há um dia que eu não pense ligar-te, mas em quase nenhum o faço. Nunca corri atrás e agora não será diferente. Sei que vais ser sempre tu - tu também sabes - mas a vida não se desenha como queremos. Mudava muita coisa, passava por tudo outra vez, mas tenho consciência que não é isso que está em causa. A ferida ainda dói, como em carne viva, mas a distância (aparente) ajuda-me a fingir que não sei o que é saudade. Há caixas que ainda não tive coragem de abrir e fotos que prefiro deixar escondidas, emails por apagar e mensagens no telemóvel que gosto de imaginar eternas. Sei que é infantil dizer que nunca haverá mais ninguém mas a verdade é que não voltará a existir alguém como tu.
Só tu viste o melhor e o pior de mim porque só contigo fui eu mesma, sem reservas. E, entre tantas outras coisas, contigo aprendi que gostar não chega.

Para o próximo ano não faço planos, chego até a ter medo de imaginar o que virá por aí. O certo é que há um ano atrás se alguém me dissesse que eu agora estaria a servir às mesas, a viver novamente na casa onde cresci, a deixar a minha independência escapar por entre os dedos e a passar pela pior fase da minha vida - até ver -, eu simplesmente não teria acreditado. Mas é assim, uma das capacidades do ser humano é arranjar forças para se adaptar a tudo, mesmo não sabendo de onde elas vêm.
Que 2012 traga qualquer coisa de bom, só para variar um bocado.     

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Acho espectacular que algumas pessoas se movam apenas pelo que os outros têm ou representam. Adoro que algumas pessoas, que antes - nos tempos em que eu fazia o que gostava - quase me estendiam um tapete vermelho à passagem, hoje, que sirvo às mesas, finjam que não me vêem. Adoro mesmo. Obrigada, vida, por me estares sempre a ensinar estas lições.
O que me consola é saber que tudo isto dá muitas voltas e que esta é apenas uma fase em que estou a aprender um ofício diferente. Apenas isso. E que sim, ainda vou voltar às lides jornalísticas - de cabeça erguida e com humildade, as always - e vou gostar de vos ver a fazer vénias novamente, ainda que saiba que representam somente medo e não respeito.


  

domingo, 18 de dezembro de 2011

Tal como o Vinho do Porto

Lembro-me de começar a ouvir Linkin Park há 10 anos, quando se tornaram conhecidos. Adorava toda e qualquer música deles e risquei todos os álbuns, um por um, de tanto os meter e tirar da aparelhagem e, mais tarde, do leitor do carro.
Eu cresci, assim como a música deles amadureceu. Tive o prazer de os ver duas vezes ao vivo, se bem que a segunda - em 2008 - me tenha desiludido significativamente. Nunca deixei de gostar da onda deles mas confesso que gosto muito mais agora, mais crescidos e sem a necessidade de parecerem eternos rebeldes com calças caídas e grunhidos exagerados.
Esta versão do 'rolling in the deep', da Adele, arrepia-me de todas as vezes que a ouço. E terá sido a primeira vez que, para mim, um cover superou o original. É muito mais que bom.




P.S.: Não tivesse eu o coração estraçalhado e um cinto de castidade psicológico mais ou menos até 2035, era menina para casar com este moço. Não há nada a fazer, só gosto de 'bad boys'.

Tão verdade...

"Quando pensamos ter todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas."

Irrita-me reconhecer mas é mesmo isto. Sem tirar nem pôr.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

É isso

Porra, tenho tantas saudades de ir a um concerto, que duvido que alguém consiga entender isto. Gritar, cantar a plenos pulmões músicas que me fazem arrepiar, estar apenas ali, sem lembrar o resto do mundo. Cantarolar letras que me dizem mais do que penso, de olhos fechados e copo na mão. Gosto tanto... E faz-me tanta falta. Mesmo. Dava tudo para ver outra vez Incubus, Red Hot, Metallica, Linkin Park, Marilyn Manson, Stone Sour ou Placebo.... Hoje.

Raio de ano, este, que nunca mais acaba. Coisas boas e positivas, estou à vossa espera, ainda que, aparentemente, vocês tenham perdido a minha morada.