quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ainda acerca da sorte...

Li ontem um texto num jornal aqui da minha região que... Bem, nem sei como classificar aquilo. Uma confusão do início ao fim, uma espécie de salada russa de palavras na qual não se consegue identificar o que é a batata ou o ovo cozido. O autor parece não conhecer quaisquer regras de pontuação e - o melhor - eu tenho cá para mim que nem ele sabe ao certo o que quis dizer.
E em que é que isto se relaciona com sorte? Em tudo. Aquela pessoa só pode ser jornalista por culpa da sorte. Isto é muito simples: um jornalista tem que saber escrever, ponto final. Tal como um pianista tem que saber tocar piano, um professor tem que saber ensinar ou um actor tem que saber representar. Simples.
Como é que aquela pessoa trabalha num órgão de comunicação social? Pois, não sei, provavelmente esteve no sítio certo à hora certa e o destino resolveu prendá-la. Há muito que desisti de tentar entender estas coisas, ainda assim, casos destes não podem deixar de me revoltar. Não desejo mal à pessoa, nada disso, mas não sabe escrever um texto e, sejamos realistas, está apenas a ocupar o lugar de alguém que podia fazer melhor. 
Sou arrogante? Não acho. Se eu faria melhor? Sim, sem margem para dúvidas. Eu, pelo menos, sei escrevinhar umas coisas em português... Correcto. E gosto de usar, no emaranhado de parágrafos, aquelas coisas estranhas... Ai, como é que se chamam...? Vírgulas e pontos finais, acho que é isso. No entanto - ah, a puta da sorte que só assiste a alguns! - aquela pessoa 'brinca aos jornalistas' e eu actualmente, guardando na gaveta a licenciatura e a pós-graduação, tiro cafés e sirvo à mesa para não fazer parte dos 600 mil desempregados que já se somam neste país. Sim, já sei que é um trabalho honesto como tantos outros e blá blá blá, claro que é (e tanto valor que eu agora dou a quem faz disto vida!). Mas não, não foi para isso que estudei durante anos a fio e não me imagino a passar o resto dos meus dias a aturar gente rude e mal-educada que trata os empregados de mesa e bar como meros servos.
E sim, tudo isto é mesmo uma questão de sorte. Para uns. Os outros têm que viver com a falta dela.

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