quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Protesto? Não. Só estupidez.

Epá, há uns bons meses que não vinha aqui escrevinhar qualquer coisa. Enfim...
E venho só para deixar escrita alguma da irritação que me tem assolado nos últimos tempos, que isto de dizer mas não escrever não tem o mesmo sabor.
Então é assim, muito sucintamente: às vezes, eu consigo mesmo sentir pena de ser portuguesa, vergonha até. Eu gosto deste país, que gosto, mas depois as pessoas têm atitudes que me cansam muito mais que a p**a da crise ou o facto de eu estar desempregada e mais umas quantas situações.
Se há coisas que não me entram na cabeça, uma delas é ver que a maioria da população simplesmente não quer saber daquilo que realmente importa. Falar de "Lyonces Viiktoryas" ou de putos transtornados que, coitadinhos, desatam para aí a matar e mutilar os namorados, toda a gente fala, mas depois mexer o rabo para ir votar numas presidenciais 'é o vais!'. Desculpem mas não entendo tanta passividade. Tudo bem que já ninguém acredite na classe política, tudo bem que as hipóteses até podiam não encher o olho a ninguém, tudo bem um monte de razões. Mas ficar em casa não pode ser a solução!
O tuga é o queixoso típico, o reclama-de-tudo-mesmo-sem-saber-de-quê, o aponta-o-dedo-ao-mais-próximo. Quando alguma coisa não lhe corre de feição, o tuga grita aos sete ventos que "temos direitos e blá blá blá" e, quando tem esses mesmos direitos, recusa-se a cumprir aquilo que de direito passa a dever, e não vai às urnas. Porra, pá! Ao menos iam para deixar o boletim em branco ou, vá lá, num rasgo de criatividade, deixar um desenho inspirador, mas iam. Faz toda a diferença, e é-me estranho que tantas pessoas não vejam isso.
E não, a abstenção não é nenhum sinal de protesto. Os votos em branco é que o são. São o sinal de eleitores descontentes com o estado do país mas que fazem questão de o mostrar, indo até à mesa de voto só para dobrar o boletim e deixá-lo assim, branco, imaculado. Se todos quantos falam mal nos cafés tivessem ido às urnas e tivessem feito o mesmo, até acredito que fosse significativo, que fizesse alguém pensar. Assim não; assim somos só aquele país de brandos costumes, com um número infinito de panhonhas que preferem deixar a coisa andar, mal ou bem, do que fazer alguma coisa.

E não é só isso. Depois ainda temos que levar com o "pronto, ganhou este outra vez". Desculpem lá mas quem não se dá ao trabalho de ir lá pôr a cruz (ou não pôr nada de todo), não tem o direito de falar. Aqueles que ficam em casa em dia de eleições só porque sim, porque está frio ou porque dói um dente, não têm direito de se queixar seja do que for. Eu tenho, que fui lá e não queria que tivesse ganho quem ganhou. Eu posso passar os próximos cinco anos a queixar-me, porque cumpri o meu dever. Um dever/direito do qual não quero prescindir. Nem hoje, nem nunca.

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