quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A acefalia, por vezes, choca-me. Outras vezes, apenas me diverte.

Ainda não há no Facebook um grupo de apoio ao recluso que foi imobilizado com uma arma eléctrica? Fico extremamente desiludida, a sério que fico.
Adoro a hipocrisia dos tugas, acérrimos defensores dos criminosos. "Ai coitadinho do criminoso, que foi agredido..." Epá, desculpem lá ser eu a dar-vos a novidade mas aquilo é uma prisão, não é um hotel onde os meninos maus vão passar férias. Acima de tudo, aquele é um espaço que, como tantos outros, tem regras e disciplina. Regras essas que, ao que tudo indica, aquele indivíduo desrespeitava há várias semanas. Já para não referir o perigo para a saúde dos restantes reclusos, bem como dos guardas prisionais, que estava implícito no comportamento do homem.

Para mais, ao visionar as imagens, o que vejo é um homem a ser paralisado com uma arma, cujo uso, dizem, está previsto no Código de Execução das Penas. Os elementos do GISP tratam-no por 'você', ninguém lhe bate e no final passam-no para uma cela lavadinha. (Mas como eu sou míope, o problema pode ser meu, admito. Engraçado é que, apesar de a minha visão ser claramente insuficiente, no vídeo consigo também vislumbrar uma cela imunda, repleta de restos de comida misturados com excrementos do recluso. Cenário deliberadamente criado pela... Vítima... É vítima, não é?)

E, entretanto, posso só recordar que aquele homem está preso por ser criminoso? E que é tido como um recluso violento e desobediente? E que todos vocês pagam para ele estar lá a encher as paredes de cocó, achando-se no pleno direito de fazer o que lhe apetece?
Acho, portanto, estupendo que se levantem vozes em defesa do "coitadinho"...  Aliás, eu própria estou cheia de pena e dou por mim, inclusive, a lacrimejar. Só buscar ali um lencinho de papel...
A sério, não acho nada que o homem tenha sido brutalizado. E, muito mais que as imagens, choca-me é o facto de haver pessoas que o vêem como uma vítima. É por esta mentalidade que o nosso país é uma maravilha para se ser criminoso.

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