terça-feira, 8 de março de 2011

Alguém me explica, por favor?

Eu ando aqui a conter-me há dois dias para não falar do festival e dos Homens da Luta mas não dá, tenho mesmo que escrevinhar sobre isso.
Eu acho que preciso de ajuda para perceber algumas coisas nesta vida. Este caso é um exemplo desses. Então vamos cá ver... Os combustíveis estão em níveis nunca antes vistos, o desemprego neste país está com números assustadores, temos um comandante operacional do Comando Nacional de Operações e Socorro da Protecção Civil suspenso de funções por suspeitas de ter arrecadado (de forma ilícita, claro) milhares de euros, temos todas as semanas barracas com a Segurança Social ou com os tribunais, temos eleições presidenciais nas quais - oops! - um problema informático impede eleitores de votar... Mas o que preocupa meio Portugal é o facto de os Homens da Luta irem representar o país na Eurovisão???
Pelo amor da santa, não me lixem, que eu qualquer dia tenho um problema sério de saúde à conta de tanta parvoíce. Eu quero lá saber quem é que vai cantar na Alemanha ou se o país vai passar má imagem lá fora (agora a sério, mas alguém ainda acredita que a nossa imagem é boa no estrangeiro?). O que eu sei é que há anos que ninguém quer saber do festival para nada - e, aliás, a Eurovisão hoje em dia não tem a importância que teve outrora - e, de repente, deu para toda a gente se lembrar que aquilo ainda existe.
Porra, Portugal participa no festival desde 1964 (só tendo falhado três edições desde então) e, como é do senso comum, os resultados nunca foram brilhantes. Tivemos uns bonitos 0 pontos por duas vezes e nem sequer passámos da semi-final por quatro anos consecutivos. Nomes sonantes (e que - atenção - eu respeito) como Simone de Oliveira e Paulo de Carvalho conseguiram apenas 1 e 3 pontos, respectivamente. Aquilo, em bem da verdade, não confere mais nem menos importância aos países que participam, e muito menos a quem lá pisa o palco.

Isto para dizer que, de facto, não consigo perceber todo o alarido que está a ser feito à volta deste assunto, quando existem coisas realmente graves e importantes a acontecer por terras lusas. Que mania que os portugueses têm de se preocupar apenas com as coisas menores. Irrita-me um bocado, isso.

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