sexta-feira, 11 de março de 2011

Das amizades e coisas...

Sou assim desde que me lembro. Não me é fácil gostar de alguém, não me é simples chamar amigo a alguém. Até prova em contrário, as pessoas são falsas, não gostam de mim e se se aproximam é porque estão a preparar alguma. (Exagerado? Talvez seja, nem toda a gente tem má índole, eu sei... Mas adiante.)
Contam-se pelos dedos de uma mão os amigos que tenho, aqueles que sei que estão lá aconteça o que acontecer. Mas esses ficam logo com um pedaço de mim. Costumo dizer que não gosto de muitas pessoas, mas de quem gosto, gosto mesmo muito. Eu não sei ser de outra maneira, só me faz sentido se for assim. Não se pode gostar hoje muito de um amigo e amanhã gostar menos. Tal como em quase tudo na vida, para mim o meio termo não existe nisto das amizades. Ou se gosta ou não se gosta. Ou se é amigo ou não se é, não existem "mais ou menos amigos". Obviamente que já deixei de me dar com algumas pessoas, mas isso não era amizade, era qualquer outra coisa cujo nome não me ocorre agora.

Assim como a distância não pode ser a razão para o final de uma ligação. Leva ao afastamento físico, claro que sim, mas não acaba com sentimentos. E se eu sei do que falo... Duas das minhas pessoas preferidas vivem a mais de 200 kms de mim (chuif chuif..). Estou com elas, em média, duas vezes por ano mas, curiosamente, são essas duas pessoas que levam os meus maiores abraços, aqueles que de tão sinceros que são até irritam. São aquelas pessoas com quem não falo durante meses e a quem me esqueço de responder às mensagens mas que com uma linha de conversa no facebook percebem automaticamente se estou bem ou nem tanto assim. Apesar de os abraços e as conversas rarearem, aquelas pessoas continuam a ser parte de mim e não imagino que algum dia possa ser de outra forma. Porque gostei delas desde o dia em que as conheci e se assim foi, não pode ter sido em vão. 

Bem e tudo isto para chegar aqui... Quando se trata de amigos, mesmo que me desiludam, eu não consigo deixar de gostar. Desculpo tudo e  caio várias vezes nos mesmos erros. Mesmo que no momento diga uns quantos palavrões, na mensagem ou no telefonema seguinte a coisa já passou. Continuo a acreditar que a vida trata das coisas por si só e que, se não me tira aos poucos essas pessoas, é porque está escrito que elas têm que fazer parte da minha história. Mas só com esses - os amigos -, com conhecidos a conversa é outra e à primeira escorregadela está tudo perdido.


(E pronto, foi o post lamechas do ano. De vez em quando tem que ser, que afinal de contas eu sou gaja e nisto de ser gaja há uma alínea que obriga a uma taxa anual de lamechice, como toda a gente sabe.)

Sem comentários:

Enviar um comentário