segunda-feira, 11 de abril de 2011

A história não era assim, que eu lembro-me

Quando era adolescente pensava muitas vezes naquilo que seria a minha vida uns anos mais tarde. Nunca tive pressa de crescer - afinal de contas, tudo tem o seu tempo -, acho que fiz as coisas quando tinha de ser. Diverti-me o suficiente, pensei demasiado em algumas ocasiões, houve excessos noutras. Tudo normal.
Nunca gostei muito de estudar, sempre fui aquela aluna que sabia umas coisas mas, principalmente aí a partir do secundário, não gostava muito de "marrar" e pronto. Mas tinha noção que estudar era importante e, como tal, tirei o meu curso superior (o único que sempre quis) porque, lá está, "sem um curso não vais a lado nenhum", diziam-me. Agora, quatro anos passados do término do curso, olho para trás e vejo que a minha vida não corresponde àquilo que eu pensava há 10 ou 12 anos. Se tudo tivesse corrido segundo as linhas que eu escrevi - e que acreditava mesmo que se concretizariam -, eu seria agora uma pessoa feliz, com um trabalho gratificante e poderia fazer coisas que certamente elevariam os meus níveis de contentamento (sim, dizer que o dinheiro não traz felicidade fica muito bem mas todos sabemos que não é verdade; até mesmo na saúde, se eu tiver dinheiro posso procurar os melhores especialistas e não me resignar ao que o centro de saúde me oferece). Eu estudei, continuo a enriquecer o currículo actualmente mas, ao que tudo indica, isso não chega. Nem chegará num futuro próximo.
Como disse inicialmente, nunca tive realmente pressa de crescer mas com quase 30 anos ambicionar ter um trabalho não é ter pressa, é só querer uma mísera recompensa pelo caminho que fiz até aqui. Eu não queria ser a melhor, sei que nem queria receber prémios. Eu só queria um trabalho. Poder fazer aquilo que quero desde miúda... Era mesmo só isso.

(E há dias em que o desemprego e a desmotivação, que anda sempre de mãos dadas com ele, conseguem sobrepor-se a qualquer réstia de esperança que ainda paire por aqui.) 

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