segunda-feira, 5 de abril de 2010

Abençoados sejam os pobres de espírito

Bem, por onde é que eu hei-de começar...? Vamos lá... Ontem, Domingo de Páscoa (em que as pessoas estão muito contentes com o seu "fatinho nº 1" e saem com toda a família para assistir a procissões e fingir que se dão todas muito bem), estava eu com outra colega jornalista a fazer a cobertura do evento (procissão, leia-se) quando fomos alvo de ofensas verbais e eu mesmo de agressão. Passo a explicar... Dois casais de velhos (sim velhos, para gente mal-educada não há cá a simpatia da palavra 'idosos') ficaram muito incomodados por nós estarmos junto a eles a tirar fotografias e acharam por bem começar a ofender-nos. Obviamente, à partida não demos importância e prosseguimos com a nossa tarefa. Uns minutos depois, em que as ofensas nunca cessaram, uma das bestas do sexo masculino resolveu empurrar-me com alguma violência, literalmente, para o meio da procissão, acto que foi acompanhado pela frase "se queres trabalhar vai aí para o meio".
Ora, perante isto, o que é que eu posso dizer mais...?

Recuando à noite de sábado, o cenário não foi melhor. Na igreja, completamente a rebentar pelas costuras, foram vários os comentários menos simpáticos que nós (comunicação social) ouvimos por estarmos a fazer reportagem. (E, convém dizer, tínhamos autorização do responsável para ali estar). Entre empurrões e frases como "não tinham nada que estar aqui" ou "têm que respeitar quem aqui está", de tudo um pouco houve.
Pois bem, nós temos que respeitar tudo e todos, está certo. Mas e a nós, quem nos respeita? Eu tenho pouca paciência para faltas de educação e se muitas vezes guardo a resposta para mim é, precisamente, por ser muito bem formada. Mas tenham lá calma que nós também somos pessoas e só estamos ali porque faz parte do nosso trabalho.

Extremamente interessante é o facto de essas mesmas pessoas gostarem depois de ver as reportagens na televisão e as fotografias nos jornais.
Trabalhar rodeada de gente parva e ignorante não é fácil, acreditem. E, infelizmente, há dias em que eu tenho que me lembrar a mim mesma que gosto muito do que faço.

Enfim... E hoje diz que é feriado cá na santa terrinha. Só para alguns, que eu, para não variar, estou a trabalhar. (Saldo positivo: hoje ainda ninguém me tentou agredir! Mas, tendo em conta que ainda vou fazer fotos a uma procissão, é melhor ter cuidado...)

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